Dezembro vermelho – mês de prevenção ao HIV/Aids

Em que pese o mês de dezembro seja conhecido por suas festividades, é o mês de referência no combate ao HIV/Aids, sendo uma das campanhas de prevenção e conscientização mais importantes do país. Ainda há muito preconceito e misticismo sobre a infecção e disseminação do vírus e como as pessoas soropositivas vivem com esse micro-organismo. Por este motivo, trouxemos uma matéria explicativa e de fácil entendimento para esclarecer todas as inverdades sobre uma das doenças mais polêmicas na esfera mundial.

Qual a diferença entre Aids e HIV?

Você já pode ter ouvido muitas pessoas se referirem as duas nomenclaturas como uma coisa só, mas por mais que exista uma ligação entre as palavras, elas têm significados diferentes. A Aids (Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida), na verdade, é o nome da doença causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), um retrovírus que, ao infectar um hospedeiro, ataca o seu sistema imunológico e o deixa suscetível a infecções oportunistas.

Embora a diferença entre os termos seja sutil, ela se faz necessária, uma vez que nem sempre um portador do HIV tem Aids. Isso porque existem muitas pessoas soropositivas, ou seja, que são portadoras do vírus, mas que não apresentam sintomatologia e/ou não desenvolvem a doença Aids.

Assistência à saúde oferecida pelo SUS nos casos de HIV/Aids

O Sistema Único de Saúde (SUS) é vital na disponibilização do diagnóstico, por intermédio do teste rápido, e do tratamento para a infecção pelo HIV, sendo que essa atuação é muito importante para a promoção de uma melhor qualidade de vida para as pessoas portadoras do vírus.

Devido ao avanço das medicações, temos pessoas que conseguem viver com o vírus e não manifestam a doença AIDS, que ocorre quando os mecanismos de defesa do corpo são dizimados pelo vírus, tornando-o mais suscetível a diversas doenças chamadas oportunistas, como toxoplasmose neurológica, pneumonias por bactérias que não são típicas, a candidíase oral etc.

Segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), houve uma redução de cerca de 47% no número de óbitos ocasionados pelo HIV desde 2010, uma consequência positiva do maior acesso à terapia antirretroviral fornecida pelo sistema público de saúde brasileiro.

Pedro Corrêa é médico da Família e Comunidade e afirma também que: “hoje, o SUS talvez seja o maior programa de tratamento público e gratuito com antirretroviral do mundo. Em boa parte do país, a população tem acesso ao tratamento do HIV na Unidade Básica de Saúde ou então em Policlínicas especializadas. Além disso, temos uma política de profilaxia pós-exposição que também já está bem avançada em diversos municípios para alguns grupos específicos de risco”.

O mês de dezembro e a luta contra o preconceito

A campanha do dezembro Vermelho, além de ser relevante no que se refere ao combate e prevenção da infecção pelo HIV, tem um papel fundamental na luta contra o preconceito e estigma relacionados a AIDS, principalmente ocasionados pela herança cultural que associa essa condição à população LGBTQIAP+.

Segundo Pedro Corrêa, médico de Família e Comunidade da FeSaúde, “ainda existe bastante estigma em relação ao HIV. Mas as mudanças culturais que ocorreram ao longo do tempo e a implementação dessa campanha (dezembro vermelho) criaram uma agenda para humanizar a questão do HIV, e inclusive fazer um enfrentamento à indústria farmacêutica, considerando que a aquisição de algumas drogas ainda era muito dificultada na época”.

A luta contra esse preconceito torna-se ainda mais relevante tendo em vista que a infecção pelo vírus ocorre, em sua maioria, entre o grupo dos heterossexuais, que, em muitos casos, negligenciam a doença e não se protegem durante o sexo, sendo fontes importantes de transmissão do HIV.

De acordo com o Ministério da Saúde, desde o ano de 1980 até junho de 2010, mais de 87% dos casos de infecção ocorreram nos homens e mulheres heterossexuais, demonstrando o quão necessário é o combate ao preconceito que associa a Aids e a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana apenas à população LGBTQIA+.

HIV: sintomas, transmissão e prevenção

Sintomas

Febre, aparecimento de gânglios, crescimento do baço e do fígado, alterações elétricas do coração e/ou inflamação das meninges nos casos graves. Na fase aguda, os sintomas duram de três a oito semanas. Na crônica, os sintomas estão relacionados a distúrbios no coração e/ou no esôfago e no intestino. Cerca de 70% dos portadores permanecem de duas a três décadas na chamada forma assintomática ou indeterminada da doença.

Transmissão

Somente em secreções como sangue, esperma, secreção vaginal e leite materno, o vírus aparece em quantidade suficiente para causar a moléstia. Para haver a transmissão, o líquido contaminado de uma pessoa tem que penetrar no organismo de outra. Isto se dá através de relação sexual (heterossexual ou homossexual), ao se compartilhar seringas, em acidentes com agulhas e objetos cortantes infectados, na transfusão de sangue contaminado, na transmissão vertical da mãe infectada para o feto durante a gestação ou o trabalho de parto e durante a amamentação.

Prevenção

Para evitar a transmissão da aids, recomenda-se o uso de preservativo durante as relações sexuais, a utilização de seringas e agulhas descartáveis e o uso de luvas para manipular feridas e líquidos corporais, bem como testar previamente sangue e hemoderivados para transfusão. Além disso, as mães infectadas pelo vírus (HIV-positivas) devem usar antirretrovirais durante a gestação para prevenir a transmissão vertical e evitar amamentar seus filhos.

O papel social no combate ao preconceito da doença

O estigma social causado pela infecção do vírus do HIV/Aids é o principal responsável por muitas pessoas negarem o tratamento. O combate à doença deve atingir não apenas a proliferação viral, como também o incentivo as formas de prevenção e ao tratamento respeitoso e humano aos portadores desta condição. Os tratamentos têm evoluído de forma contínua e qualquer pessoa soropositiva pode viver uma vida completamente normal. A questão do vírus do HIV/Aids é sim uma questão de saúde pública, embora o apoio às pessoas condicionadas ao vírus deve partir de toda a sociedade para que pessoas infectadas possam enfrentar o vírus com esclarecimento e otimismo.

Data: 01/12/2023

Revisão Técnica:

Equipe de Comunicação e Marketing da Vallor Administradora de Benefícios.

Bibliografia:

Bibliografia: https://www.fesaude.niteroi.rj.gov.br/sua-saude/dezembro-vermelho-mes-da-prevencao-e-combate-ao-hiv-aids

https://bvsms.saude.gov.br/dezembro-vermelho-campanha-nacional-de-prevencao-ao-hiv-aids-e-outras-infeccoes-sexualmente-transmissiveis-2/#:~:text=O%20uso%20do%20preservativo%2C%20masculino,hepatites%20virais%20B%20e%20C.

https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/sintomas-transmissao-e-prevencao-hiv-dpp

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